ENTIDADES ASSISTIDAS
PARÓQUIA
A Paróquia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde está localizada na Praça Cônego Joaquim Alves, s/n., no Centro de Batatais-SP.
HISTÓRIA
A história da Freguesia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde dos Batatais, que não deixa de ser, também, a nossa história, começou com os pensamentos progressistas de dois fazendeiros do sertão dos Batatais: Alferes Antônio José Dias e Manoel Bernardes do Nascimento. Homens trabalhadores e sonhadores.
Os caminhos e descaminhos, para chegarmos a estes homens trabalhadores e sonhadores, foram mais ou menos assim…
Adentrando o interior paulista, os bandeirantes criaram as paragens em locais onde, provavelmente, já havia povoação de índios. Eles eram levados para o norte no cultivo do milho, da mandioca, de legumes, da caça e da pesca e, posteriormente, foram utilizados no cultivo da cana de açúcar geradora de riquezas para a coroa portuguesa, por um bom tempo.
Depois de abertos os caminhos, seguindo pelas trilhas indígenas e criadas as paragens pelo interior do Brasil, em busca de riquezas, o rei de Portugal agraciou esses homens de coragem com lotes de terra. As doações consistiam em lotes de terras com dimensões gigantescas; dos quais, na verdade, não se tem o tamanho exato pela falta de precisão da topografia na época. Esses lotes foram chamados de Sesmarias. Na verdade, muitos desses contemplados pelo Rei nunca chegaram a pisar nessas terras.
Porém, no Brasil a distribuição das sesmarias foi diferente, em finalidade, da que ocorreu em Portugal, onde as doações eram feitas com incentivo a agricultura e a pecuária, para o sustento do reino. Já aqui no Brasil, tais doações eram gratificações e honrarias, na tentativa de incentivar a exploração da terra.
Com o declínio da cana de açúcar e um possível empobrecimento de Portugal, o rei, por volta do século XVIII, começou a um novo investimento em sua colônia: a busca por riquezas naturais. Isto deu início à corrida pelo ouro, pela prata e pelas pedras preciosas e o nome paragens mudou para caminhos. Daí a mudança de Paragem dos Batatais, ou ainda, “Caminho dos Goyases”. Pode-se dizer que foi assim que começou o caminho do ouro encontrado em 1725, em Vila Boa, Goiás.
Se os Caminhos foram importantes, muito mais importantes foram os descaminhos.
Como assim?
Com o encontro do ouro em Goiás, tornou-se necessária uma fábrica de fundição para mandar o produto para a capitania e da capitania para Portugal.
A princípio, a fábrica de fundição foi instalada em São Paulo, dando assim, movimento, trânsito nos Caminhos. Porém, da saída do metal das minas até a casa de fundição e dessa para Portugal, havia extravio, desvio do ouro para outras lugares em benefícios de particulares, para outras capitanias, como por exemplo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e até mesmo chegando ao Maranhão. É o que hoje chamamos de contrabando.
Com o desvio do ouro, novos Caminhos, novas trilhas foram abertas. Não havia medidas ou formas governamentais que pudessem impedir ou barrar os desvios. A medida mais viável para solucionar o problema foi implantação da casa de fundição em Goiás, onde estavam as minas. Instalada a casa de fundição em Goiás, terminou o trânsito, a circulação pelos “Caminhos”.
A consequência do término do trânsito do ouro foi o isolamento e o empobrecimento dos vilarejos e paragens dando origem a outra etapa da história que é o surgimento dos entrantes. Por entrantes se compreende o nome dado aos posseiros e famílias inteiras que começaram a fazer o caminho inverso do ouro, adentrando pelos “Caminhos” para desenvolverem a prática da agricultura e pecuária. Tal prática deu origem às grandes fazendas nas sesmarias já existentes, nunca ocupadas ou exploradas, e localizadas ao longo dos “Caminhos”.
Dos entrantes, alguns tomavam posse das terras e formavam roças ilegalmente, eram os chamados posseiros, outros adquiriam as terras legalmente, legitimamente, comprando-as e tendo escritura das mesmas. Eram posseiros e fazendeiros vindo de todas as partes, das mais diversas regiões e capitanias.
Em nossa região os entrantes vinham de Minas Gerais, São Paulo, Itu, Santos, São Vicente, Rio de Janeiro e até de Salvador. Prevalecendo, em nossa Freguesia, os vindos de Minas Gerais.
A partir de então começa, mais precisamente, a história de nossa Freguesia.
Nesse contexto de entrantes, posseiros e fazendeiros dos descaminhos, no século XVIII, é que surgem os grandes nomes, os personagens da história de Batatais, com suas fazendas legal ou ilegalmente adquiridas. São eles: Alferes Antônio José Dias, dono da Fazenda Paciência; Manoel Bernardes do Nascimento, dono da Fazenda dos Batataes e Germano Moreira, dono da Fazenda Campo Lindo das Araras.
Assim, continuaremos nossa história em outro fascículo, não precisamente com o mesmo tema, mas no mesmo contexto: A história de Batatais.
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